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Irmão sol, irmão lula __________________________________________________________________ EDITORIAL
Todos conhecem a vida e obra de São Francisco de Assis, bem como sua famosa oração: Senhor, Fazei de mim um instrumento de vossa Paz. Onde houver Ódio, que eu leve o Amor, Onde houver Ofensa, que eu leve o Perdão. Onde houver Discórdia, que eu leve a União. Onde houver Dúvida, que eu leve a Fé. Onde houver Erro, que eu leve a Verdade. Onde houver Desespero, que eu leve a Esperança. Onde houver Tristeza, que eu leve a Alegria. Onde houver Trevas, que eu leve a Luz! Amém!
Em 1972, Franco Zefirelli, cineasta italiano levou às telas a vida deste Santo pregador do amor à Natureza, aos Homens e aos Desesperados: “Irmão Sol, Irmã Lua”. Foi um sucesso. Francisco foi, de certa forma, o primeiro jovem da história a abandonar uma vida de conforto para conquistar a união espiritual com o mundo. Virou venerado santo. Ocorre-me, agora, ao procurar elementos para analisar o pronunciamento – os pronunciamentos – do Presidente Lula em Nova Yorque, onde abriu, seguindo o rito da sessão inaugural da Assembleia da ONU, em 1947, a Sessão desta Assembleia neste ano de 2024 que confere este privilégio ao Brasil ao Brasil. A página oficial da ONU sobre o protocolo da Assembleia Geral diz que “certas tradições emergiram ao longo do tempo”, incluindo a ordem dos dois primeiros países a falar, Brasil e Estados Unidos. A explicação usual é que os EUA falam em segundo lugar por serem o anfitrião da Assembleia, e o Brasil, em primeiro, em reconhecimento ao papel desempenhado pelo brasileiro Oswaldo Aranha (1894-1960), natural do Rio Grande do Sul, nos primórdios da Organização das Nações Unidas. Ele presidiu a Primeira Assembleia Geral Especial das Nações Unidas, realizada em 1947, e a Segunda Assembleia Geral Ordinária, no mesmo ano. Essas duas reuniões tiveram o papel histórico de determinar – por meio da resolução 181 da Assembleia Geral – a partição da Palestina entre árabes e judeus, abrindo caminho para a criação do Estado de Israel. Mas por que a invocação a São Francisco na fala de Lula? Primeiro, pelo caráter mesmo da dicção do Presidente, sobretudo neste seu terceiro mandato. Ele insiste na defesa da eliminação da miséria no mundo, na defesa do meio ambiente e na proclamação da paz. Trata, preferencialmente, de questões gerais que afligem a humanidade. Segundo, evita a linguagem revolucionária de velhos líderes que também levaram sua palavra à ONU, sem ataques a supostos responsáveis pelo não cumprimento de sua pregação. Não há acusações ao Imperialismo ou ao Colonialismo, embora se ouça, em suas palavras, o reconhecimento de falhas, seja no sistema de governança global, seja no cumprimento de Acordos como o do Clima, seja na incapacidade para a regulação dos sistemas de comunicação em Redes. Queixas… Terceiro, faz tudo isso como reiterada prece, sem entrar em detalhes sobre como levar tais tarefas a cabo. Uma verdadeira pregação. Não fala, na verdade, como um Político voltado à apresentação de propostas concretas, vindo, por isso mesmo, a ser criticado por alguns analistas. Mas, aparentemente, o faz por opção de um homem no alto de seu terceiro mandato como Presidente da República e perto de completar 80 anos que deseja deixar mais uma mensagem do que propriamente um legado. Lembremo-nos, a propósito, que no dia de sua prisão, que o retirou do pleito de 2018, ele mesmo despediu-se com estas palavras: – Eu não sou mais um nome – “Lula” -, sou uma Ideia. Com efeito, sublinha ele agora, no discurso na ONU, a mesma mensagem, não de demonstração de Força, mas de esperança na construção de um mundo melhor. Às futuras gerações, a tarefa de realizar, sem apelo ao extremismo, mas com a força da organização democrática dos povos no mundo inteiro, sua mensagem. Mensagem, como digo, franciscana… Paulo Timm |
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